terça-feira, 24 de julho de 2012

Palavras Negras

Não tenho valor no meu corpo. Não sinto calor enquanto sou viscoso e amargo. Preciso de ti para usufruir do meu prazer, preciso de ti, meu prazeroso paraíso. Aqui, aí, ali, minha deusa em forma humana, que me rasga as veias, que me trata como um senhor de terras bem pagas e ricas, que me dá a beber o seu prazer, que me dá a comer os seus lábios. Sou tratado como mereço, bem ou mal, eu não te esqueço.
O que é isso, princesa? Olhos tão vazios que observo em ti. Vejo uma mágoa demasiado profunda para que não se note a quem passa sem atenção, sem cuidado, sem coração aberto para uma pequena pétala como tu, retirada da rosa mais glamorosa de todo o campo de flores, esquecidas na eternidade. Sinto uma presença especial. Sinto-te a ti, meu anjo negro, que tens o meu coração para todo o sempre, mesmo que este não exista.


23-07-2012

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