domingo, 28 de abril de 2013

Storm

A hand full of flowers,
A mind full of ashes,
I wish I could know
How do they grow;
In the ache of my skin,
Inside my tormented head.

A sorrowful hour,
An endless breath,
I want you to stay
And kill me today;
With the love I must not receive,
Running away.

A tree is cut off,
A thought is inconclusive,
The days become darker,
Loneliness becomes brighter,
The summer will disappear,
My mind is long gone.

The time could be near,
But do you want to hear
The sound of my mind
Exploding in desperation?

I thought I had seen
Something different,
Someone indecent,
But I had only seen myself,
It was only my own
Trembling ideal of home.

The breathing is unknown,
And the days begin to disappear,
The night begins to take over,
My melancholic state is always closer,
Always closer
Than anyone else,
The breathing is over...

Ricardo Rodrigues

terça-feira, 23 de abril de 2013

Questions

People often ask me:
"What is your favorite poem?",
To which I reply: "I don't know."
Then, people ask me:
"And who is the poet?",
To which I gladly reply: "I don't know,
Perhaps Edgar Allan Poe."

But people always forget to ask:
"How can someone be happy
Wearing a mask?"
And they always forget to ask:
"Why do you even write
When it's not really a task?",
"Well", I wondered,
"Why shouldn't I? Stop asking me why."

And for my poor mind,
I feed myself with unspeakable thoughts,
I lay down in bed
(perhaps in daytime it is something bad),
And realize that I am truly sad.
"I should be dead", I say,
But no, it's just another melancholic day.

Now, people can go back to their lies,
While I sit here and shut my ears and eyes.

Ricardo Rodrigues

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Pensar

Penso em escrever como penso em viver,
O meu único problema é pensar na vida.
Nem meios para atingir os fins,
Nem fins para justificar os meios,
Eu não devia pensar na vida,
A verdade é que penso demasiado.
Devo apenas escrever,
Estou farto de pensar na vida que não tenho.

Porquê tão enfadonho?
Pergunto-me com ar monótono,
Porque penso que sou assim,
Enfadonho?
Que palavra de merda!
É feia como a monotonia que me surpreende,
Mas que não me surpreende realmente.

Sou tristemente alegre por pensar que penso bem,
Mas nem mal nem bem, simplesmente
Penso. E talvez seja essa a minha ruína.
Não quero pensar, quero apenas parecer enfadonho
Para não me aborrecerem com a estupidez das notícias
Sobre a minha morte,
Que não me interessam, não, nem um pouco,
Porque sou tristemente alegre.

Quase que me sinto enjoado
Ao perceber as reacções de quem lê a minha disposição.
Esfrego a minha alma, não por sentir-me mal,
Mas para tentar sentir alguma coisa boa,
Para sentir o que os meus leitores não quiseram sentir.
Mas sentiram mais do que sinto,
E assim eu sou um malfeitor.

Porque é que as paredes do meu quarto
São assim? Assim, umas brancas,
Umas escuras, mas porquê?
Será que, quando estou a dormir,
Tornam-se azuis?
Ah, não, elas já são azuis,
Porque eu decidi pintá-las conforme
O meu estado de espírito.

Penso,
(Porra, não penses!)
Pronto, sei que não devo pensar,
Mas que outro mecanismo devo usar,
Para explicar o meu pensamento?
O pensamento que me entretém
É o mais perigoso de todos os pensamentos,
Que me querem afogar.
Sou entretido por afogamentos à escuridão,
Devem estar enganados, os meus pensamentos!
Eu até sou o que não quero ser,
Pensando bem, eu sou tudo do que tenho vindo a dizer.

Mas chega de pensar,
Porque pensar não pode ser bom.
Como poderia ser bom, sendo tão mau?
Chega de pensar em não pensar,
Vou-me não pensando,
E finalizo-me, devendo ao meu cérebro,
Uma melhor forma de pensar,
Sem introduzir o próprio conceito
Do pensamento que é criado sem pensar.
Esta palavra é deveras desgastante...

Ricardo Rodrigues

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Sorri-me

Uma chave não encaixa numa fechadura
Quando as tristezas de uma casa são tão tristes,
Que ao mero olhar perdemo-nos;
Sorrisos, lágrimas e muita solidão acumulada.
Nada sei de chaves e de fechaduras,
Mas sei que dentro de mim
A preocupação por tudo perece,
E que aqui pouca coisa me apetece.

Ricardo Rodrigues

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Uma pintura no papel

Tu, que eu não conheço,
És como a árvore sem terra,
A dizer palavras que julgas serem eficazes,
Mas de eficazes pouco têm,
Tal qual o meu pensamento oposto.

Olha, vou sair daqui
Antes que o aqui me abandone,
E é melhor eu abandonar nada,
Do que por nada ser abandonado.
Porque penso que seja, assim, a lei;
A lei de quê? A lei do que penso que é,
Ou a lei da brutalidade da vida?
Mas pouco importa; é a lei.

Ainda aqui estou
Em espera da tua presença
No meu pensamento oposto.
Em espera que, um dia, aterres na terra,
E sintas o que é o mal da vida;
Não são as pequenas coisas,
Nem são as grandes coisas. Sou eu.
Eu sou o mal da vida,
Apenas porque tento ser eu.

Sinto que estou longe de ti,
Não porque sinto falta de alguma lógica,
Mas porque sem lógica não me controlo.
Ah! Controlava-me se estivesse contigo;
A lógica transformava-se em razão ilusiva,
E eu estaria sozinho mas controlado
Por eu próprio. Porque tu, longe,
Não mereces a minha realidade.

A realidade está aqui,
Mas o que preciso não é real;
O que preciso és tu. Preciso de ti,
Pensamento que não é errado nem é certo,
Preciso de ti, natureza morta da metafísica.

Entendo que pouco entendem
Do que estou a divagar.
Mas estas divagações,
São apenas para quem não precisa de entender
A lei do que penso ser,
E a realidade do que sou,
Ou do que és, quando me refiro a ti,
Simplesmente sabem.

Divagado e partilhado isto,
Espero continuar terrivelmente apaixonado,
Por uma coisa que não existe,
Por um pensamento eufórico
E inacabado.

Ricardo Rodrigues

terça-feira, 9 de abril de 2013

Assunto Injusto

Estou mais que perdido.
De tão perdido que estou,
Nem a cor dos meus olhos sei,
Nem as linhas do meu rosto conheço,
E nem a sonoridade da minha voz ouço.
Mas eu sou assim:
Sempre tão perdido na vida,
Que a vida já se deixou de mim.

Esta noite a minha alma propaga-se no vazio
Como se já fosse dia e eu não sentisse frio.
Mas, realmente, não é dia nem é noite:
É o temperamento do sol e das nuvens,
É o desentendimento entre o que sinto e o que penso,
Sobretudo é o que sou e o que querem que eu seja.
Mas como não sou escravo da sociedade,
Fico-me simplesmente pela metade.
E a metade é o que eu não deveria ser,
Nem sequer tentar ver.

Ricardo Rodrigues

domingo, 7 de abril de 2013

Thoughts are murder, illusion and power

Statues flying into the skies,
Where is my mind,
Oh, it's in the eyes,
I'm blasted and blind,
Shouting out everybody's lies.

I'm a lunatic,
A lunatic with stones.
And I don't know what emotions are,
I'm too busy healing bones;
That were unwanted, broken
And swollen.

But there they go;
The skies and oh, do they know.
My addiction is absolutely for them,
And where are the nightmares
That prevent me from existing,
In the strangest perspective?

I know a cerebral refreshment,
It was brought by the most perfect hands;
The nature itself,
The sun that shows from the sky,
The rain and the penetrating acid very high.

I'm trying for this writing to make any sense,
It doesn't because I'm indecent.
But if I were decent,
I would be absolutely senseless,
And that doesn't make any sense to me.

Ricardo Rodrigues

terça-feira, 2 de abril de 2013

Mystic Molecule

Fuck my witty heart, she wondered.
Oh, I will; I replied.

Send him to the nearest tree,
Make him feel psychedelic,
As you bow in respect
For only real nature.
Right there, your hands shake,
Your eyes are ready to endure enlightening,
Mighty soul is eternally profound.

I turned myself into a molecule far beyond imagination.
My body mixed with roots,
Everything placed in the ache of my mind,
For the healing's path
To occur exactly like the nature sees it.

Undid everything I could have done,
But didn't. I gave away my pleasure for mere normality,
I shook minds with the mind of a lover,
Not the love for the people,
Not the love for anything in particular,
But she's a lover,
And that makes me love her.
But that's not something very regular.

Fuck my heart once more,
After and before,
But never stop; and, now, she wonders,
Without mentioning any illogical thunders,
If her heart is actually real.

And when I believed to be a molecule,
My imagination was already far away
From the beautiful Earth;
I was, I am the ultimate space,
I'm walking in the frying sun,
I'm yelling at the moon: why dramatically gorgeous?

I just want to make love to you
Like the moon hides from the daylight,
And the stars shine at night,
And the sun to be a bastard at times,
Or the acid rain a wealthy mine.

Ricardo Rodrigues