domingo, 15 de janeiro de 2012

Algo "Fora do Normal"

Mais perto, mais insaciável. Sabor da glória, prova viva do teu amor, significante luz numa profunda escuridão. "Alcança-me", pedes tu, com a voz que me desperta a paixão outrora congelada e incondicionalmente perdida. Perde-me no espaço, situa-me no tempo, localiza-me o tesouro relevante. Ameaça os teus inimigos, fá-los temer a sua própria força, destrói as suas palavras retiradas de livros devorados. Calai-vos.
As suas ironias são fracas como a ternura de um psicopata, os seus dogmas completam a profundidade do seu núcleo, as suas possibilidades são alternadas. O chamamento no tempo, atrasado como a noite se atrasou, esqueceu-se da sua própria mortalidade, crucificou a sua pele cheia de cicatrizes mentais, magoou-se, sendo limpado num pano branco onde demonstrava a sua passividade. Foi demasiado, tudo fora pesado. Não seria físico, mas a incapacidade emocional de expressar o que sentia era de tamanha dimensão, que até os seus discípulos se tornaram gigantes ao lado do seu patamar mais glorioso, o seu canto escondido. Na procura da nuvem perfeita para se incriminar, para descansar os músculos da sua mentalidade fatalista, decidiu afugentar quem lhe sugava a prosperidade e seguiu um rumo completamente diferente. O rumo da vida, do olhar da sua alma gémea, do seu amor irreversível.
Campos de liberdade, planícies estrondosas, miragens apaixonantes. Tudo é uma razão para nunca te deixar, para abraçar a vida cuja felicidade conseguiste aumentar com a luxúria das tuas palavras, da tua voz, dos teus actos, tão importantes que me tornaram um mero caminhante seguindo as tuas pisadas quebrantes de qualquer vácuo significante.

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