sábado, 22 de outubro de 2011

Poema Insensível

No meu mundo eu vejo as lágrimas dispersas
Sem dó nem piedade
São como palavras inversas
Que desejam felicidade
Mas apenas recebem a dura extremidade
Das paredes sangrentas com notoriedade
Manchada de simplicidade
Mas que anseia a complexidade
Dominada e castigada
Chicotes a ferver
Fazem escorrer o negro sofrimento
Da realidade desfocada
Tremida sem possibilidade de superar
e esquecer o antigamente é importante
Mas parece que não conseguiste relaxar
Com o meu relevante não me senti competente
Por mais que sintemos forte sentimento
A dura distância mata qualquer tanto
E como tu disseste
Não queres sofrer
Nem eu te quero ver a morrer
Por fora é uma alegria fingida
Por dentro é uma dor desumana
Será que foi suficiente
Para completar a face humana?
Talvez
Mas esse talvez é indeciso
O que eu preciso
O que nós precisamos
É de um fardo possível
Sem poder reversível

Será este o fim
De uma curta via
Em que me tornei mais complexo
Sem medo de falhar
Apenas tentei alcançar o sucesso
Mas acabei por quebrar
E é devido a esse congelar
Que nós temos o mesmo pensamento
Não o mais desejado
Mas sim o mais incompleto
Com valor indesejado
Em torno do círculo vicioso
Esta dor não tem lugar
No meu coração insensível sem perdoar
Eu desculpo-me de toda esta razão
Mas a verdade
É que sou eu o culpado de toda esta paixão
Perdida nos pesadelos
Eu não aguento mais estes tormentos
São enfeites de receio
Eu esperei a melhor coisa do mundo
Mas o que ambos recebemos
Foi a dura dependência
Do lado negro da insuficiência
Em espera de um sinal
De simples reverência

O que mais me custa
É saber o que disse
Que seria pra vida
Mas acabou em dias sem caminhadas
De significados infelizes
Foram tempos felizes
Acabaram-se por perder na longa estância
Cheios de carinhos
Mas depressa perdi o que desejava
E cheguei à conclusão
Que não te consigo fazer uma felizarda
Não espero que me perdoes
Apenas que compreendas a minha decisão
Apesar de tudo
Ambos sabemos que isto iria acontecer
Simplesmente adiámos o inevitável
Em torno do nosso Ser

Ricardo Rodrigues 19/10/11

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