quarta-feira, 13 de junho de 2012

A vida não é tão triste, afinal

A vida é triste.
A vida é triste quando acordamos,
quando saímos da nossa cama,
quando tomamos banho e,
também,
quando saímos rapidamente da nossa casa,
para que não cheguemos atrasados
em comparação aos horários,
que nos foram entregues,
que supostamente devemos cumprir.
Mas os horários são incompetentes.
Quem os cria nunca se deparou realmente
com a liberdade
simplesmente pura.
Ficamos cansados,
sem energia para nada,
sem voz para reclamar o que é nosso por direito,
e depois sentimos ódio,
apenas porque um horário nos controla o dia,
apenas por o raio de um estúpido horário!
E acabamos por nem reparar que
estamos completamente nus e entregues à sociedade,
porque não houve tempo para vestir roupa,
ou até comprá-la!

A vida é triste porque
nos sentamos no sofá da sala,
a passarmos os canais que mais gostamos,
a vermos os nossos programas preferidos,
e a nossa atenção,
foca-se apenas nesses pequenos
ou longos momentos.
E de seguida temos a necessidade de nos alimentarmos,
ou apenas o desejo de sentir o nosso estômago cheio,
ou apenas porque a vida é assim,
repleta de desejos precisos.

A vida é triste porque temos tudo,
mas não sentimos nada.
A vida é triste porque nós próprios
somos tristes.
A humanidade é triste,
mas o mundo sempre foi feliz,
apenas sem felicidade abundante.

E a vida é tão triste porque nascemos
e passamos a vida inteira a refilar,
com tudo,
com todos,
até que nos tornamos realmente
uma tristeza de vida.

Afinal a vida não é assim tão triste,
nós é que a tornamos infeliz.
Com as nossas incertezas,
com as nossas falsas esperanças
e com as nossas palavras
sem atitude.

13-06-2012

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