sexta-feira, 18 de maio de 2012

Corpo Amortecido

Preparar-me com tempo,
Refrescar a mente,
Desejo repugnante que aumento,
Poema mórbido numa vertente.

Sol tão escuro,
Lua sem cor,
Verso tão puro,
Sangue cheio de horror.

Veias que se notam,
Ossos descabidos,
Linhas corporais que reportam
Aqueles olhos descaídos.

Dedos do pé partido,
Prazer e sofrimento,
Pescoço tão requerido
Ao relento!

Estrutura óssea perfeita,
Marcas cruelmente escolhidas,
Rua cuidadosamente eleita,
Para umas pernas tão partidas...

Olhar coberto por terror,
Face ridiculamente rasgada,
Tecidos criados apenas por uma cor,
Vermelha apagada, cuja vida
Fora amortecida.

E todos os bocadinhos do seu corpo,
Seriam de alguém morto...

18-05-2012

Sem comentários:

Enviar um comentário