quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Sociedade Restrita

Livros incinerados
Páginas ensanguentadas
Completam as frases insuportáveis
Daqueles que nos julgam
Destemido falso poder alimentado de risos exteriores
E a raiva emerge nos interiores
Da nossa alma
E guia-nos à loucura perturbadora
Miseravelmente sangrando
Toda a nossa sanidade
Em torno da corrupção da pura felicidade

Eternamente, prometo-te a salvação
E o meu pobre coração
Tão quebrado
Mas não tão quebrado como tu, meu amor
Nem como a tua bondade
E não tão frio como a agonia e tristeza
Que nestes momentos, muito infelizmente, vivem em ti
Mas ofereço-te o bom que há em mim
Aliás, o melhor
Porque mereces o perfeito julgamento
E não um de mentes vendadas
E muito menos um julgamento feito por quem não nos compreende
Ou por quem recusa ignorantemente
Apreciar a nossa arte literária e emocional
Nesta sociedade restrita

Todos os toques de serenidade nos mantêm juntos
Numa única realidade
O pensamento é comum
O sentimento é eterno
E assim permanecemos
Sem o desvanecimento dito
Sem o perecimento da alma

Cinzas provenientes de tragédias serão superadas
Continuamos para além dos próximos
Para além do que temos
Ou do que sonhámos no passado
Para que os livros incinerados
E as páginas ensanguentadas
Não tenham caído em vão
E no esquecimento
Sem retorno

Ricardo Rodrigues
22-11-2012

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