sábado, 3 de março de 2012

Qualquer Dia

Qualquer dia,
Eu direi o que penso,
Semearei o que colho,
Chegarei perto de alguém perdido
E lhe passarei a mão pelo seu rosto apodrecido,
Pelo seu olhar zarolho,
Lhe darei o mar que eu recolho,
Que sozinho eu escolho...

Qualquer dia,
Irei sorrir com que significado,
Que me deixa estupendo.
Irei um dia ter um sonho bonificado,
Como água que me deixa alterado,
Nesta vida que eu não me compreendo.

Qualquer dia,
Perco-me com alguém,
Choro sem ninguém,
Protesto o mundo que a mim diz tanto,
Digo adeus à saudade, acordo por bem
E sobrevoo os prédios com grande espanto.
As pessoas são felizes e com audácia
Eu escuto aquele canto,
Que me entra pela alma cheio de eficácia.

E qualquer dia deixo de ser só,
Qualquer dia desfaço este nó.
Num espaço infinito,
Avisto um rosto bonito, que ternura,
Que pena que me dá, que olhar, que dó.

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