sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Feitiço Imaculado

Onde está a sociedade quando é necessitada por uma alma infelicitada? Estará a organizar festas que dispersam milhares, lucram centenas e que doam cêntimos? Nem é possível ser uma doação quando os mesmos incapacitados continuam pobres e os ricos permanecem perfeccionistas. Mas nem todos são assim. Conheci uma pessoa, que se tornou grande amigo, é das pessoas mais húmildes que conheço, e isso é ainda mais notório considerando que ele, digamos que tem uma boa vida.
Feito, não foi um defeito da Humanidade no subsolo. Foi um erro mundial pelos fascínios impossíveis e verdadeiramente irreconhecíveis. Foram as torturas anteriormente impingidas, e que na actualidade são verdadeiras e vividas. "O" problema da sociedade moderna é a loucura pelo perfeccionismo exagerado. Aliás, nem é o perfeccionismo em si, mas sim os perfeccionistas, que por definição, anseiam a máxima perfeição. Todos sabemos. Todo o Ser que é lúcido sabe. Sabe que a máxima perfeição nunca é, nem pode ser realmente alcançada. Talvez pesquisada, mas nunca caçada. Na imaculidade, nem tudo é perfeito, mas com certeza não é uma desgraça emocional. Auto-intitulo-me uma personagem imaculada. E porquê uma personagem? Porque eu, na realidade, não sou real. Estou disperso. Felizmente, possuo um coração verdadeiramente amado e com alguma sanidade para poder devolver esse amor.
Somos uma espécie única, que não demorará o tempo que se deseja até sermos considerados uma raça extinta. Não é uma condição racial. É a raça humana. Somos nós todos juntos, que apenas com um sinal de fogo, pedimos auxílio ao próximo. Infelizmente, é esse mesmo fogo que nos incendeia a pele sem cor ou com todas as cores do Universo. É também essa luz fatal que transforma a nossa bela carne em osso, e esse osso faz desvanecer o poder da mente, e o sangue avermelhado torna-se, simplesmente, dependente da impossibilidade mecânica do nosso cérebro. É incolor. Porque não sangue vermelho em vez de sangue avermelhado? Porque toda a gota de sangue é dominada por outra gota, que é a gota da escuridão. Não é negra. A escuridão, pode ser negra ou demasiado branca. Talvez seja uma ironia minha. Se assim for, todos os meus pensamentos são apenas modos irónicos à procura da perfeição emoldurada. Uma moldura não é real, é apenas um retrato da minha mente, por vezes suja, que em diversos momentos é o mecanismo mais limpo e autonómico.
Sinto uma enorme ansiedade, um desejo recíproco em tocar no seu corpo, sentir a solução de todas as minhas fantasias, idolatrar a sua inteligência, amar o seu interior, cheirar a sua anatomia. Ambos iremos sentir o toque, o calor do momento, o prazer da sensualidade, da natureza do seu Ser. Seu nome é "...". O nome que acende todos os meus desejos, os meus caminhos, as minhas sensações. É a minha "...", o meu incendiar da solidão.
Um resumo de toda esta liberdade não será conseguido, não é possível, nem nunca será automático. Será que retratei o que realmente represento? Possivelmente. Ou não. Isto sou eu. És tu. São vocês. Somos todos. Não é ninguém.

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