domingo, 31 de março de 2013

o meu corpo é coveiro

queima-me com a tua pior alma,
afasta-me da materialização do sentimento,
eu já estou morto,
já me chamam de sofrimento.

vê-me para além do visível,
mas não retires nada de mim,
porque eu já estou morto
e já me chamam de sofrimento.

eram silêncios como este,
que tornariam o barulhento
um sentido ofuscado,
e eram os gemidos de dentro,
que me deixavam sedento
numa cova algures,
numa outra vida em nenhures.

Ricardo Rodrigues

Sem comentários:

Enviar um comentário