segunda-feira, 25 de março de 2013

Retiro Fantástico (concurso alen criativos)

Retiro de mim a estrutura física,
Que me desgasta para além do físico.
Retiro do físico os seus pormenores,
Que impediriam o talento do que não é físico,
Tratando-se, assim, de uma dedicação mental.

Penso que estou a sonhar,
Na verdade estou vivamente acordado,
E não querendo, deixo-me levar,
Interessantemente permaneço ofuscado.
Não querendo, deixo-me estar;
Num sonho que não é sonho nenhum,
Com enfeites imaginativos
Que não pertencem ao mundo vivo,
Ou físico.

Este não é poema para se sonhar,
Nem é poema para ninguém.
Não é poema de ações físicas,
Nem de nada que se mova.
Mas é poema,
E é tão audaz como eu na prosa.
(Escrevo-a pouco, mas quando a escrevo, é extravagante.)

Poemas que se movem?
Apenas no auge da minha fantasia.
Fora eu suficientemente audaz?
Assim o espero,
Assim me quero:
Refletido no centro da minha alma,
Suprimindo o sentimento físico,
Criando o fantástico além de tudo
Que já se criou.

Vivo cego, mas potencialmente concentrado
Ao que se opõe à minha fantasia,
(Audaciosa, de facto)
E nada me retira o desejo de imaginar
A verdadeira liberdade, que é isto exatamente:
Livre e audaz.
Não esquecendo o mais importante,
É minha!
E não esquecendo a fantasia,
Também ela é toda minha.

Ricardo Rodrigues

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