quarta-feira, 25 de abril de 2012

Não é nada, mas dou-te tudo

Sabem aqueles dias em que a única forma de expressão que abunda no nosso corpo e mente é o cansaço? Expressar a nossa respiração sem respirarmos, silenciar a nossa mente até que as suas células expludam devido à corrosão da própria sanidade, talvez eu nem esteja cansado. Talvez eu esteja louco, talvez os meus pensamentos não passem de irrealidades com pó de perfeição.
Não quero tudo, pois não tenho suporte para uma carga tão enorme. Não quero nada, pois a minha capacidade de aguentar chegou ao limite. Será que desejo propriamente alguma coisa? Não será que preciso de sentir a tua pele macia, as tuas mãos criadoras de prazer, os teus lábios cheios de paixão e, por vezes, pura indiferença. Olhar que me rouba os batimentos cardíacos, aquele toque sublime que me ataca suavemente, o meu horrendo coração que se rende à tua habilidade de submissão.
Ó felicidade, a tua imaginação e vontade de realizar o inesperado é tão poderosa e magnífica.
Fico paralizado e, ao mesmo tempo, irrequieto. Sim, a irrequietude mental suga-me a inocência e nunca poderei ser curado. Porque não quero cura. Porque adoro e venero sentir a dor, o prazer, a paixão, o amor, a insanidade, a ilusão, a intensidade e o sacrifício do mundo nas palmas das minhas mãos!
E tudo isto não é mais que um mero horror divinal. Amor que sinto por ti é como o sol que nasce, como a chuva que cai e é a entrega completa do meu ser.
Eu sei que não é nada, mas dou-te tudo.

24-04-2012

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