E eu não sinto nenhuma na minha cara.
São as incertezas nos meus olhos,
São as fraquezas do meu corpo,
É tudo que me põe terrivelmente mal disposto.
Inconsciente do que deva sentir,
As minhas emoções passam a ser de outro,
Perdendo-me, assim, nos pensamentos intemporais
Que a minha mente tanto gosta de criar.
É impossível para mim
Estar sozinho e não cometer loucuras.
Posso estar mal disposto,
E se é assim que estou,
Que seja livre de roupas e coisas insignificantes.
Deixem-me ficar nu;
Nu de mim e de todas as emoções indesejadas,
Ou conhecidas.
Quero viver o desconhecido,
Caminhar por ruas onde nunca caí,
Acordar em locais onde nunca fumei,
Namorar quem me ama,
E nunca deixar-me ficar na cama.
Quero que me desconheçam,
Que me voltem a conhecer sem mim,
Não quero que me vejam assim.
Até que simpatizo com este estado de espírito,
Mas tenho de lhe dizer adeus:
Depois de hoje haverá mais do que isto,
Mais do que um adeus que não me diz nada,
Mais do que uma indisposição emocional,
E mais do que viver com uma tempestade na minha mente.
Amanhã terei que conhecer o mundo inteiro,
Mas hoje estou destinado a morrer numa metáfora.
Ricardo Rodrigues
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