O nosso
destino é incerto.
Para onde
vamos?
Onde
queremos ir?
Não
conhecemos os desejos da alma,
Dançamos ao
ritmo da morte,
Glorificamos
o que nos importa:
Tecidos
velhos,
Caras
desconhecidas,
Canções que
nos oferecem viagens no tempo
Apenas com
as vibrações do poeta no estúdio,
No palco e
na outra dimensão –a sua mente.
Não tenho a
certeza para quem escrevo.
Escrevo para
alguém?
Se és a
pessoa ou o sonho para quem escrevo,
Identifica-te!
Mostra-me a tua morte,
Deixa-me
apreciar a tua vida.
Meu velho
amigo, onde estás?
O teu
destino era incerto,
Avisei-te do
que poderia acontecer,
No entanto
não me ouviste.
Mas agora já
não importa,
Onde estás?
(Estou aqui,
olha para o espelho da vida que já não tens.
Vem até mim
como se sentisses a minha falta,
Como se
sentisses prazer ao ouvir as minhas palavras incoerentes,
Finge por
agora.)
Vem até mim
como se sentisses a minha falta,
Como se
quisesses ouvir as minhas palavras incoerentes.
Pela
primeira vez sinto algo fora do comum;
É um animal
que se apodera do meu espírito,
Uma crueldade
nos meus pensamentos,
Um desejo
para descrever o que não sei.
Quero dançar
com o desconhecido,
Quero que
adorem a incoerência de um estranho,
Quero que me
queiram – e que não me queiram –
Mas será a
confusão um sentimento demasiado confuso,
Para quem
gosta do que vê sem se questionar
Sobre a
natureza do que aparenta ser real?
Aparência. É
isso.
Talvez eu
deva ser aparente, vazio,
Sem
questionar a realidade.
Talvez,
assim, a coerência sustentasse a minha vida.
Tornar-me-ia
a base da ignorância,
Seria mais
um sem realmente ser,
Dedicar-me-ia
à conformidade de simplesmente existir.
Mas eu não
pretendo existir,
Viver? Sim,
muito!
Quero tanto
viver que até sonho com a morte,
E não me lembro dela.
Ricardo Rodrigues
06-08-2013